Para se tornar um bom joalheiro, além dos conhecimentos técnicos de confecção existe um fator que aumenta em muito as chances de sucesso profissional, a criatividade. Sem ela você se torna apenas mais um dentre muitos outros.
Pra mim, em se tratando de jóias, resumo criatividade como a capacidade de transformar o intangivel em tangivel, o sonho em realidade.
A inspiração pode vir de qualquer coisa: um utensílio, uma paisagem, um céu estrelado, uma textura ou mesmo um sabor, ou seja, tudo pode ser transformado em Jóias. Mas, é a criatividade individual que possibilita a interpretação dessas informações e transformá-las em uma jóia.
Wanderley Suguino
CRIATIVIDADE - COMO DESENVOLVER UMA IDÉIA
Fonte: Universidade de Campina Grande
(texto adaptado)
Todos nós somos (MUIIITO!!!) mais criativos do que acreditamos ser; o fato é que grande parte das pessoas não sabe ou não assume isso e, dessa forma, passa pela vida sem sequer ter ciência do seu potencial e de, também, ser encorajado a despertar e desenvolve-lo.
Todas as pessoas são criativas em diferentes níveis; o que difere é que algumas pessoas agem segundo suas idéias e outras, simplesmente, as ignoram (até por medo de serem vistos como loucos, inconseqüentes, “viajados”!!!). Esse é o principal propósito de se treinar a criatividade: desenvolver a habilidade de se gerar e implementar novas idéias!
A criatividade também é uma aptidão, contudo, qualquer um pode ser criativo se assim o quiser. Como as outras aptidões, a criatividade pode ser desenvolvida, lapidada.
Muitas vezes as pessoas se intitulam “não criativas” por se basearem em uma ou outra aptidão (ou talento) que não possuem, por exemplo, não “saber” desenhar; isso não significa que não possa ser criativo, tão ou mais até, de fosse um exímio desenhista.
A criatividade é uma habilidade humana básica e cada um de nós pode ser criativo (ou mais criativo) se reconhecermos nossos talentos únicos e os desenvolvermos.
Mas aí vem a questão: como, então, reconhecer, desenvolver e aumentar a minha criatividade? O primeiro passo é entender e aceitar o fato de que você é, realmente, uma pessoa criativa e que você é capaz de ser ainda mais criativo!
Segundo, para se tornar mais criativo, você deve alimentar e aprender a escutar sua “voz” interior, sua intuição. Quando estiver, por exemplo, envolvido com uma atividade que requeira uma solução criativa, esteja aberto a uma grande variedade de soluções possíveis, sem limitações advindas de sua própria personalidade, ou de suas crenças, ou de sua cultura social.
Outra coisa, não tenha medo de falhar! Mesmo um resultado ruim, à primeira vista, pode conduzir a uma nova idéia ou nova possibilidade no futuro.
Outra dica boa é sempre ter um papel ao alcance para registrar as idéias à medida em que elas ocorram.
Aprenda também a reconhecer, por si só, as suas habilidades... só assim você terá algum senso daquelas áreas que – num dado problema – exigirão mais energia e dedicação na sua resolução.
Outra coisa: nem toda solução é possível de ser implementada! Esteja sempre ciente que, em vários momentos, será necessário “descartar” aquilo que parecia se uma boa idéia ou solução, especialmente devido às limitações do problema ou projeto; guarde-as para um outro projeto ou um outro trabalho.
Definição:
-Criatividade Todo ser Humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas esteja de certa forma ligadas a seus talentos.
-Inspiração também se refere a um estado inconsciente de elevada criatividade que o indivíduo sofre ao desenvolver alguma ação criativa, como escrever uma musica, livro, ou outras atividade artísticas.
Fonte: Universidade de Campina Grande
(texto adaptado)
1000 milésimos - 24 Quilates 750 milésimos - X Quilates
750 x 24 = 18000 : 1000 = 18k
333 milésimos equivalem a 8k 375 milésimos equivalem a 9k 585 milésimos equivalem a 14k 750 milésimos equivalem a 18k 800 milésimos equivalem a 19,2k 1000 milésimos equivalem a 24k
Fórmula para calcular o comprimento de uma chapa para fazer um anel. (D)(∏)+3xE=C (*) D = diâmetro interno do anel ∏(pi) = 3,1416 E = Espessura da chapa C = comprimento da chapa Dica: Se a largura do anel for superior a 4mm, acrescente ao comprimento total da chapa + 1 ou 2 espessuras.
-ANELEIRA – conjunto de aros utilizado para se descobrir a medida de um anel à partir da espessura do dedo.
-ALICATES -). utilizados para moldar e cortar arames e chapas. Podem ser de corte, chato, meia-cana, e redondo.
-ARCO DE SERRA E SERRAS – utilizados para cortar e chapas e fios metálicos.
-BALANÇA DE PRECISÃO – utilizada para pesar os metais e suas ligas. As mais precisas possuem escala de 0,01g.
-BANCA DE OURIVES – mesa de trabalho cujas características principais são o recorte no tampo da mesa em formato meia-lua.
-BIGORNA- Bloco de metal utilizado em técnicas de forja para dar forma ao metal.
-BÓRAX – É utilizado nos processos de fusão das ligas, como agente protetor, evitando a formação de óxidos na superfície.
-BURIS E BRUNIDORES – Ferramentas utilizadas principalmente, na cravação de pedras e na gravação de chapas.
-CADINHO COM SUPORTE – recipiente refratário utilizado para derretimento e fusão de metais. Possui vários tamanhos e formatos.
-CARIMBO OU CONTRASTE – pinos fabricados em aço resistente e utilizados para identificar o fabricante e principalmente, a qualidade da liga metálica (750, 950, 18k).
-CERA DE POLIMENTO – com várias densidades, são utilizadas para dar acabamento eliminado arranhões e dando brilho.
-CILINDROS DE GÁS E OXIGÊNIO – em conjunto com o maçarico, são utilizados principalmente na fusão de maiores quantidades de ligas metálicas.
-DADO DE BOLA e DE RANHURA – Os dados são blocos de metal utilizados com o auxílio de embutidores e punções para dar forma arredondada a chapas metálicas.
-EMBUTIDORES – pinos de metal cilíndrico na qual em uma das extremidades é usinada no formato de bola.
-ESTECA- fixada na parte frontal da banca de ourives, é utilizada como base para trabalhos com arco de serra.
-DISCO DE ALGODÃO – acessório para politriz usado no acabamento.
-COMPASSO DE METAL – os compassos utilizados em joalheria possuem pontas metálicas em ambas as suas extremidades.
-ESCOVA DE CERDAS DE LATÃO– utilizada para limpeza e remoção de oxidações.
-FIEIRA – É uma barra metálica com diversos furos com diâmetro decrescente. É utilizado na fabricação de arames com formatos variados (redondo, quadrado, triangular, oval,etc.).
-FLUXO DE SOLDA – possui ação desoxidante e detergente. Limpa e protege o metal durante a soldagem.
-FRESAS E BROCAS – utilizadas em conjunto com o motor de chicote, são fabricadas com materiais de alta resistência e possuem várias utilizações na joalheria como: abrasão, abertura de furos, corte, lixamento, polimento, etc.
-LAMINADOR MANUAL OU ELÉTRICO - equipamento utilizado para dar forma aos metais e ligas, formado basicamente por dois cilindros de aço paralelos que podem ser lisos para a fabricação de lâminas ou possuir ranhuras para a fabricação de fios (redondos, ovais, quadrados e meia-cana).
-LIMAS – utilizadas para remover material superficial de peças metálicas. Possui diversos tamanhos e formatos (redonda, ½ cana, chata, quadrada e triangular).
-LIXAS - empregadas para desbastar, polir ou limpar outros materiais (quanto maior a numeração, menor o grão).
-LINGOTEIRA OU RILHEIRA – feito de metal fundido é utilizado na fabricação de lingotes.
-LUMINÁRIA – podem ser de lâmpadas fluorescentes ou incandescentes, fixas ou móveis.
-LUPAS DE PALA- sãoutilizadas principalmente na cravação de pedras e gravação de chapas.
-MAÇARICO- equipamento indispensável na ourivesaria, podem funcionar somente a gás combustíveis ou combinado ao oxigênio e outros gases.
-MARTELOS – São instrumentos usados para golpear objetos. Possuindo, conforme o uso ao qual se destinam, inúmeros tamanhos, pesos, formatos e materiais de composição.
-MEDIDOR DE ANÉIS - ferramenta para obter a medida do diâmetro interno do aro de anéis.
-MICRÔMETRO – Equipamento de precisão utilizado para medir espessuras (milímetros até microns).
-MORCETO- utilizado para segurar anéis.
-MORÇA- Ferramenta de bancada usada para prender objetos firmemente.
-MOTOR DE CHICOTE – equipamento elétrico composto de um motor com velocidade de rotação controlada por pedal, cabo flexível e mandril.
-PAQUÍMETRO – equipamento de precisão utilizado para medir profundidade, diâmetro interno e externo (centímetros até milésimos).
-PEGA-SOLDA – pino de aço com cabo de madeira.
-PINÇAS – as mais comuns são de mão e de pressão (cruzada). Essencial no manuseio das partes principalmente durante a soldagem e recozimento.
-POLITRIZ – motor com eixo rotativo, em conjunto com discos de tecido, escovas e ceras de polimento é utilizado para dar acabamento as jóias.
-RÉGUA DE METAL – utilizada para medir e riscar o metal com a utilização de pontas metálicas.
-ALARGADOR DE ANÉIS – equipamento utilizado para aumentar e diminuir o diâmetro INTERNO de alianças e de anéis simples e sem pedras.
-SAL BRANQUEADOR – utilizado misturado à água aquecida funciona como desoxidante.
-SERRAS – Utilizadas em conjunto com o arco de serra as mais utilizadas são as de número 2/0, 1/0, 1 e 2.
-TAZ OU TASSO – bloco de metal com superfície plana usado como base quando se quer moldar ou nivelar o metal com a utilização de martelo.
- TESOURA DE OURIVES - utilizado para cortar chapas e arames finos, seu princípio de corte é semelhante ao da guilhotina: um movimento relativo entre uma lâmina móvel e uma lâmina fixa seciona a chapa. Esta ferramenta é utilizada principalmente para cortar soldas.
-TIJOLO REFRATÁRIO – resistente a altas temperaturas é usado nas soldagens para proteger a superfície da banca.
-TRIBULÊ – barra metálica com diâmetro decrescente utilizado para dar forma a arames e chapas e é usado principalmente para confecionar aros de anéis. Possui formas cilíndricas, quadradas, triangulares, ovais, etc.
Depois que terminei a montagem do meu atelier, uma coisa que percebi foi que as pessoas sempre ficam surpresas e elogiam o ambiente e a estrutura da loja. Este tipo de reação confirma o que já havia percebido no Brasil ha muito tempo, aqui oficina de joias é sinônimo de ambiente mal iluminado, desorganização e com sujeira pra todo lado. E em geral sua localização normalmente fica nos fundos das lojas ou dentro de salas que precisam de uma boa reforma, bem longe dos olhos dos clientes e do glamour e sofisticação das joias expostas nas vitrines.
Já visitei várias oficinas e normalmente a vontade que tenho quando chego, é de dar meia volta e ir embora, pois o ambiente apertado e bagunçado combinado com uma iluminação precária passa uma sensação ruim de desconforto.
Mas, quem disse que precisa ser assim? Por que não pode ser um local bem iluminado, arejado e confortável? Afinal é onde o profissional passa longas horas seguidas fazendo o que gosta.
Passou da hora de mudarmos, afinal se um profissional quer ter seu trabalho valorizado não pode passar uma imagem de decadência e precariedade.
Muitos dirão que é mais fácil falar que fazer, afinal não é preciso ser um gênio para saber que coisas boas custam caro e dinheiro não dá em árvores. Então o que fazer? A resposta também é óbvia, faça apenas o que estiver ao seu alcance! Gasta-se muito pouco para organizar e manter limpo um cômodo. E mantenha as coisas nos lugares certos para facilitar encontrar quando precisar. É só criar o hábito que as coisas vão acontecendo automaticamente.
Resumindo, falta de dinheiro não é desculpa para desleixo. Outra justificativa tradicional é falta de tempo, mas isto também é mito, afinal perde-se muito mais tempo procurando uma ferramenta que não se sabe onde está, que mantendo-a no lugar correto.
Dicas de montagem:
-Área mínima em torno de 5 metros; -Ambiente bem arejado com sistema de exaustão; -Se possível a banca deve ser instalada próximo a uma janela para também receber iluminação natural e dê preferência as lâmpadas eletrônicas brancas;
-Uma pia com torneira e se possível um banheiro; -Gavetas, prateleiras e armários em um atelier nunca são demais, lembre-se que quanto mais o tempo passa mais coisas você irá adquirindo ferramentas, produtos, arames, chapas, etc.; -Providencie uma bancada para ferramentas e equipamentos mais pesados e também um painel para ferramentas de uso eventual; -Organize a oficina dividindo suas coisas em 3 categorias:
1-uso constante - arco de serra, maçarico, alicates, tesouras,etc. 2- uso eventual - normalmente as coisas que ficam na bancada como tribules, fieiras, dados, laminador, politriz, etc. 3- uso raro - produtos químicos, fundição, esmeril, etc.
A área principal e de acesso mais fácil, será a banca de ourives, quanto mais utilizadas as ferramentas mais próximas devem ficar dela.
O arco de serra é uma ferramenta essencial na joalheria e trabalha em conjunto com as serras.
É uma das ferramentas que oferecem maiores dificuldades para os iniciantes, pois apesar de aparentemente simples sua utilização é extremamente complexa. Para compreender seu funcionamento correto e assim, obter o máximo de aproveitamento é preciso treino e paciência. As principais pontos a serem superados são: -Controle da ansiedade, pois devido às dimensões quase invisíveis dos dentes da serra, o corte só acontece de maneira lenta e gradativa.
-Coordenação motora, para manter um rítmo e pressão constante. Evitando que a serra quebre ou superaqueça perdendo sua eficiência.
-Sensibilidade, para manter o arco na posição e direção correta.
-Força, para manter a peça que se estiver cortando imóvel.
Montagem:
-Apoie a parte frontal do arco na esteca e o cabo no corpo (peito) de maneira que as mãos fiquem livres (vide figura).
-Abra as borboletas e verifique se os dentes da serra estão voltados para trás e para fora do arco
-Prenda a serra primeiro do lado do cabo de maneira que fique perpendicular a aste. (fig.1)
-Segure o cabo com a mão esquerda e force o corpo para frente, de maneira que o arco se feche ligeiramente. (fig.2)
-Em seguida prenda a outra extremidade da serra e verifique se está bem esticada.
UTILIZAÇÃO CORRETA
-Os dentes da serra devem ficar voltados para baixo, de maneira que a remoção de metal se dê ao se puxar a o arco.
-A serra deve ficar bem esticada.
-A peça que estiver sendo cortada deve ser segurada firmemente para evitar que a serra se quebre,
-A serra deve ficar perpendicular à chapa, pois do contrário o recorte na parte superior ficará diferente da inferior,
-Execute movimentos longos para aproveitar toda a extenção da serra,
-Evite movimentos laterais, pois isto provocará a quebra da serra.
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As serras
Existem várias marcas de serras no mercado, mas as de melhor qualidade são as importadas. Sua numeração vai de: 6/0, ..........., 2/0, 1/0, 0,........9, 10........ 14fina<...........................................>grossa
As medidas mais utilizadas ficam entre 3/0 e 2. A escolha do número depende da preferência e necessidades de cada profissional, para chapas mais grossas uma serra com dentes maiores irá remover mais metal enquanto as mais finas são ideais para cortes mais precisos e delicados.
Na joalheria os metais são submetidos às mais diversas formas de deformação plástica (torção, laminação, trefilação, forja, etc.). Esses processos metalúrgicos fazem com que as moléculas dos metais se comprimam tornando-os cada vez mais duros, acontece que essa deformação tem um limite que se for ultrapassado pode provocar trincas e até mesmo fazer com que o metal se parta, obrigando o ourives a reiniciar todo o processo.
Para evitar que isto aconteça é preciso que o metal passe por um tratamento térmico conhecido como RECOZIMENTO. Esse processo consiste no aquecimento dos metais até uma determinada temperatura que possibilite que suas moléculas se reagrupem tornando-os maleáveis novamente. O bom recozimento dever ser feito com cuidado e sem pressa para que se obtenha resultados satisfatórios. Na joalheria artesanal o ponto ideal depende da sensibilidade do profissional e só é conseguido com a prática.
A qualidade das chapas e arames está diretamente ligada a qualidade do recozimento. Costumo dizer que a hora certa para fazê-lo é exatamente quando ficamos na dúvida se dá pra laminar mais uma vezou não!
Lembre-se:
-Dá menos trabalho recozer que tentar evitar que uma trinca aumente de tamanho.
-A falta de recozimento é problema, nunca o excesso. -Depois que a peça rachar a melhor solução é derreter e começar tudo novamente.
-Querer consertar trincas e furos com soldas ou limando para nivelar a superfície normalmente resulta em jóias de má qualidade.
Com relação à metalurgia propriamente dita, vamos nos prender apenas aos aspectos relevantes à joalheria, já que para o aprofundamento no assunto seria necessário estudos técnicos abrangentes e fugiria dos objetivos deste guia.
DEFINIÇÃO:
Metalurgia designa um conjunto de procedimentos e técnicas para extração, fabricação, fundição e tratamento dos metais e suas ligas. Dentre as muitas profissões que fazem uso dessas técnicas, está a ourivesaria.
Metal é definido como um aglomerado de átomos com características metálicas. Têm geralmente um alto ponto de fusão, maleáveis e bons condutores de eletricidade e calor.
Os metais e ligas mais utilizados na joalheria são: ouro, prata, platina, paládio, ródio, titânio, cobre, latão (cobre e zinco), níquel e zinco.
Ligas Metálicas – Liga é uma mistura, com propriedades específicas, que contém ao menos dois elementos metálicos. Na joalheria sua função é combinar características como cor, maleabilidade, fluidez e resistência ao metal.
Oxidação - os metais, quando expostos ao oxigênio, combinam-se com ele formando um óxido, que não possui algumas das principais propriedades dos metais como o brilho e a ductilidade. Na prata, por exemplo, esta camada de óxido é responsável pelo escurecimento da mesma. A forma original da maioria dos metais, encontrada na natureza é justamente esta, combinada ao oxigênio, que depois de purificado, dá origem ao metal puro.
Alguns metais, contudo, podem ser encontrados na forma pura como o ouro, a prata, a platina e o cobre.
As características dos metais podem ser alteradas por tratamentos térmicos (ciclos de aquecimento e resfriamento controlados) ou mecânicos (usinagem, forjamento, trefilação, laminação, etc). -->
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Na ourivesaria, utiliza-se várias técnicas e procedimentos para se confeccionar uma joia. O conjunto desses processos é chamado de metalurgia. Abaixo estão os mais utilizados.
Corte
Por corte entende-se a obtenção de uma peça extraída de uma chapa ou peça metálica, seguindo um determinado contorno.
Basicamente, existem dois processos de corte: corte de arames e de chapas.
O corte de arames é um processo pelo qual se acerta o comprimento do objeto e é normalmente efetuado com um arco de serra, tesoura ou alicate. Já o corte de chapas também pode ser feito com uma guilhotina ou prensa de corte.
Dobragem
Este processo permite dobrar perfis e chapas de metal de forma a se poderem obter peças com determinadas curvaturas.
As peças são dobradas por aplicação de uma força exterior.
Estampagem
A estampagem pode ser realizada a frio ou a quente, dependendo do grau de deformação e do material a se deformar.
Neste processo chapas finas são deformadas em peças côncavas, por prensagem. A chapa é colocada sobre uma matriz com uma determinada forma e prensada por ação de um punção ou balancim.
Calandragem
Nas metalurgicas, calandragem é um processo através do qual se cuvam chapas metálicas. Neste processo o metal, ao passar por um conjunto de cilindros, adquire progressivamente a curvatura cilindrica desejada.
Na joalheria esse processo de fabricação de tubos é conhecido como charneira.
Forjamento
O processo de forjamento consiste em deformar plasticamente elementos metálicos. Os metais são trabalhados, a quente ou a frio, por meio de máquinas ou manualmente. Os equipamentos que mais vulgarmente são utilizados são os martelos de forja e bases metálicas planas e curvas que através de rápidos golpes de impacto moldam a superfície do metal.
Laminação
Na laminação as peças passam pelo meio de rolos que possuem movimento em sentidos opostos, reduzindo sua espessura e aumentando sua área ou comprimento. Neste processo a laminação das peças pode ser feita a quente ou a frio.
Existem diversos processos de laminação que diferem conforme o produto que se quer obter: arames quadrados, redondos, retangualres, 1/2 cana, chapas lisas e texturizadas entre outros.
Trefilação
Este processo é utilizado na fabricação de arames e tubos metálicos, e consiste em forçar a passagem de um varão por um furo, através da aplicação de uma força de tração no lado oposto do furo (frieira). O metal é deformado obtendo-se como resultado, um arame com espessura inferior e comprimento maior que o original.
Este processo é realizado a frio, mas durante o estiramento recomenda-se utilizar substâncias lubrificantes para reduzir o atrito e o arame deve passar por recozimento para aumentar sua maleabilidade quando for necessário.
Prensagem
Através da aplicação de uma força de compressão o metal é comprimido dentro de uma matriz até que obtenha o formato desejado.
Torneamento
No torneamento geram-se peças cilíndricas através da utilização de uma máquina chamada torno mecânico.
As operações que podem ser realizadas num torno são: roscagem, corte, torneamento de superfícies cônicas, torneamento de formas, torneamento de superfícies planas e superfícies cilíndricas interiores.
Frezagem
É um processo através do qual uma ferramenta (fresa) em rotação arranca material da peça a ser modelada. A fresa presa a um mandril é deslocada de encontro à superfície metálica.
Existem diversos tipos de fresas (cônica, redonda, cilíndrica, convexa, de disco, etc.) que são utilizadas de acordo com o trabalho e acabamento que se pretende dar à peça (ranhuras, lixamento, desbaste, etc.).
Furação
Este processo é utilizado quando se pretendem abrir furos cilíndricos na peça. Através da utilização de uma ferramenta de corte rotativa (broca) o furo é obtido pressionando a ferramenta de encontro à peça (esta deve encontra-se fixa).
Este processo pode ser feito com uma máquina concebida especialmente para este fim (furadeira de bancada) ou recorrendo a outras máquinas (torno ou fresadora).
Neste processo, pode-se utilizar um óleo de corte para facilitar a operação.
Limagem
Este processo tem por objetivo arrancar material para corrigir deformações mais ou menos acentuadas e permite obter um melhor acabamento ao nível da rugosidade e desníveis da superfície da peça.
Esta operação é feita através da utilização de uma ferramenta metálica (lima) que possui na sua superfície pó de diamante ou ranhuras paralelas.
Soldagem
A soldagem tem por objetivo unir duas peças metálicas de modo permanente. Esta união pode ser obtida recorrendo a duas técnicas: através da fusão das duas peças metálicas na zona de contato ou adicionando um material (solda) na zona a unir. Os vários processos de soldagem distinguem-se entre si, basicamente, pela fonte de calor utilizada.
Dos vários processos de soldagem, destacam-se os seguintes:
Soldagem por pressão - Neste processo um maçarico funciona conectado a um cilindro de gás liquefeito (GLP). Recomendado para trabalhos de soldas de média e baixa temperatura. Por não necessitar de ar comprimido torna-se ideal para trabalhos onde seja necessário o transporte contínuo do equipamento, facilidade de manuseio e fácil acomodação. É o mais utilizado pelos ourives.
Soldagem Oxiacetilênica - Neste processo utiliza-se um maçarico onde uma mistura de acetileno e oxigênio entra em combustão e por ação do seu calor provoca a fusão dos metais a soldar. Pode-se utilizar um metal de adição que, por norma, é da mesma natureza da peça a soldar.
Soldagem por Pontos - São utilizados dois eletrodos não consumíveis. A fusão ocorre apenas nos pontos de contacto do eletrodo devido à passagem de uma corrente elétrica de intensidade elevada.
Decapagem
É uma operação de limpeza indispensável e obrigatória sempre que as peças sejam sujeitas a tratamentos superficiais posteriores que podem ser polimento ou processos de eletrodeposição. Esta operação também pode englobar a lavagem e desengorduramento das peças, uma vez que o material, na maioria das vezes, fica impregnado de óxidos decorrentes da soldagem.
O objetivo principal desta operação é eliminar as impurezas que se encontram na superfície das peças.
Lixamento
O lixamento é a primeira operação de acabamento de superfície, antecedendo ao polimento. O seu objetivo consiste em retirar riscos e imperfeições da peça de forma a conferir-lhe um aspecto liso e sem rugosidade.
Polimento
O polimento é utilizado para conferir um acabamento mais fino e específico à peça após esta ter passado por um processo de lixamento.
Através do polimento podem-se obter os seguintes resultados: desbaste e nivelamento da superficie da peça, diminuição de rugosidade e dar brilho. Pode ser manual ou mecânico.
Esta operação é mais complexa que a sua precedente, existindo diversos métodos para se conseguir um determinado acabamento. Os principais métodos de polimento são: fricção, mecânico, vibratório, eletrolíticos e químicos.
Fricção – consiste no alisamento da superfície do metal através da aplicação de uma força / pressão, utilizando para tal uma ferramenta lisa de aço inoxidável ou pedra dura; durante este processo a superfície da peça é mantida molhada com uma solução diluída de ácido acético.
Polimento mecânico - Através deste método podem ser utilizados diversos equipamentos para polir, que utilizam rodas de algodão, lã, feltro, etc. Dependendo do metal e do acabamento pretendido, os polidores utilizados podem ser pastosos e/ou líquidos.
Polimento vibratório ou rolagem - Neste processo o polimento é conseguido introduzindo a peça numa solução de polimento (mistura de abrasivos, compostos de polimento e água) e imprimindo um movimento vibratório ou rotativo contínuo; através deste método é possível obter um desbaste uniforme e brilhante em toda a superfície da peça.
Polimento eletrolítico - Através deste método consegue-se dotar de brilho a superfície da peça em questão ao colocá-la como ânodo num eletrólito apropriado; este método também melhora a superfície dos materiais na medida em que remove estruturas deformadas e impurezas inclusas, forma um filme de passivação muito fino à superfície do metal.
Polimento químico - Neste processo as peças são mergulhadas em soluções ácidas que se encontram a uma temperatura específica (varia entre 20ºC e 95ºC); este método é muito eficaz no tratamento de peças com contornos e/ou relevos muito acentuados.
Desengorduramento
Este processo tem como objetivo limpar totalmente a superfície das peças de gorduras, óleos, lubrificantes, resíduos de polimento, poeiras, etc. O desengorduramento é feito obrigatoriamente sempre que a peça metálica passe por um processo de revestimento da sua superfície. Assim, o tratamento e o método de desengorduramento utilizado dependem do estado da peça, do material e de tratamentos subseqüentes.
Para realizar o desengorduramento podem ser utilizados alguns tipos de agentes:
solventes orgânicos (hidrocarbonetos clorados), soluções alcalinas e emulsões. Já os métodos utilizados são: imersão em substância líquida ou em vapor (a quente ou a frio), projeção do solvente sobre a peça, ultra-sons e eletrolise.
Banho eletrolítico
É método mais utilizado para revestir a superfície de jóias. Os mais conhecidos são o banho de ouro, banho de prata e banho de ródio.
Fundição
A fundição consiste na transformação de metais e ligas metálicas tendo como ponto de partida o metal no estado líquido (fundido). O metal líquido é vazado num molde que contém uma cavidade com a geometria da peça final. Após o molde ter sido enchido é necessário que o metal solidifique para que de seguida se retire a peça.
Os processos de fundição mais utilizados na ourivesaria são: à vácuo e centrífuga.
Recozimento
É um tratamento térmico que consiste no aquecimento à temperatura crítica com a utilização de maçarico, durante tempo pré-determinado e resfriamento abrupto. Seu objetivo é reduzir as tensões internas tornando a liga metálica mais FLEXÍVEL E MALEÁVEL.
Têmpera
Tratamento térmico que tem como objetivo a obtenção de propriedades de DUREZA e RESISTÊNCIA MECÂNICA elevadas. A peça a ser temperada é aquecida com maçarico e em seguida é submetida a um resfriamento brusco.
Esse processo não possui eficiência nos metais preciosos, pois é recomendado para o tratamento térmico o aço.
Revenimento
Tem como objetivo a estabilização do metal, equilibrando as características de dureza e flexibilidade. A peça a ser temperada é aquecida a uma temperatura inferior a 300°C e em seguida é submetida a um resfriamento lento em estufas.